06/07/07 - Até que enfim é SEXTA-FEIRA

Hoje eu estava fazendo um balanço da minha vida nos últimos 10 anos.

Quando eu era solteira e sem filhos não esquentava a cabeça com nada. Não pensava muito no futuro, trabalhava por hábito, para ter como comprar meus supérfluos, era acomodada, sem ambição, sem projetos de crescer, enfim...

Hoje que tenho uma família e casa para cuidar, quero embarcar o mundo com as pernas. Estou em R.A., faço um curso à noite, ano que vem vou voltar para a faculdade e para o curso de inglês, pelo menos pretendo. Porque não aproveitei lá atrás quando tinha tempo para investir em mim mesma? Eu sempre achei que com o casamento ia ser dona do meu nariz e fazer o que quisesse. Ledo engano. Quando a gente casa assume um compromisso, e temos nossas obrigações. Embora não tenhamos que cumprir ordens propriamente ditas, temos o que chamo de amarras invisíveis.

Vou dar um exemplo:
Eu odiava quando eu estava lendo um livro ou outra forma qualquer de distração e minha mãe me mandava lavar a louça ou ir no mercado. Não é que eu não goste de serviço de casa, mas naquele momento eu não estava a fim. Mas como a criação antigamente não era sopa, por respeito eu ia, porém pensava com os meus botões: - Quando eu estiver na minha casa, só vou fazer o que quiser.

Hoje eu vejo como eu era tola. Realmente, não sou obrigada a lavar a louça numa hora que eu não queira e uma das coisas que mais odeio, é passar roupa domingo à noite. Mas se eu não fizer vai acumular e aí quem se ferra? Dinheiro para ter uma empregada eu não tenho mesmo. E depois que a gente tem filhos ? Acabou, sair se torna uma façanha mais difícil do que os 12 Trabalhos de Hércules. Ou o lugar escolhido é impróprio para criança ir, ou é uma dificuldade arranjar com quem deixar, babás são o olho da cara e depois quem confia ? E quando se chega a deixar com um parente, a gente vai mas não relaxa, preocupada com a hora para não abusar.

Olha, é lenha. Mas ainda bem que acordei a tempo. Ainda não é tarde demais. : )